quarta-feira, 18 de maio de 2011

A Exploração do Trabalho Infantil


            O juiz do condado de Braughton, presidindo uma reunião da prefeitura de Nottingham, em 14 de janeiro de 1860, declarou que naquela parte da população, empregada nas fábricas de renda da cidade, reinavam sofrimentos e privações em graus desconhecidos do resto do mundo civilizado... Às 2, 3 e 4 horas, crianças de 9 a 10 anos são arrancadas de camas imundas e obrigadas a trabalhar até 10, 11 ou 12 horas da noite, para ganhar o indispensável à mera subsistência. Com isso, seus membros definam, sua estatura se atrofia, suas faces se tornam lívidas, seu ser mergulha num torpor de pétreo, algo horripilante de ser contemplado. O sistema constitui uma escravidão ilimitada, escravidão em sentido social, físico, moral e intelectual... Mas o mercado negreiro, com os horrores do chicote e do tráfico de carne humana, é por acaso mais ignóbil do que essa lenta imolação dos seres humanos, praticada a fim de se produzirem véus e golas para maior lucro dos capitalistas?

Ignóbil: Que não é nobre; baixo; desprezível.
Imolação: Morte; sacrifício.

[]   Jornal Daily Telegraf, de Londres, em 17 de janeiro de 1860.

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