segunda-feira, 18 de abril de 2011

As Guerras e os Estados Unidos

            As negociações dos acordos do final da longa guerra, iniciada em 1914, praticamente só terminaram em 1945 - uma única guerra de três décadas -, espelharam a nova relação de forças mundial. Sentavam-se os EUA, a URSS e a Inglaterra para definir a nova ordem política do planeta. Os EUA, com todos os méritos, por terem se transformado na nova potência hegemonia dentro do capitalismo, valeram-se, para acelerar sua recuperação econômica da crise de 1929, da montagem de um formidável complexo industrial que nunca mais seria desmontado. Enquanto as outras economias sofriam com a guerra, os EUA iniciavam o mais prolongado e extenso ciclo expansivo da economia capitalista já nos anos 40. Combinando a preparação européia para a guerra com a sua própria preparação e com salários baixos, fruto do desemprego dos anos 30, os EUA se tornaram, já antes da Segunda Guerra, a economia tecnologicamente mais avançada do mundo.

Por outro lado, os EUA tinham conseguido consolidar seu domínio sobre as Américas, cujo controle não chegou a ser questionado durante as guerras, ao contrário dos outros continentes, que eram objeto de disputa entre as potências européias e asiáticas. O surgimento dos EUA como potência imperial costuma ser datada de 1898, momento de sua vitória sobre uma Espanha decadente, possibilitando a transferência do controle sobre Cuba, Porto Rico, Filipinas e ilhas Guan, da ex-potência européia para a nascente potência americana.
Com o domínio sobre o continente americano, os EUA conseguiram uma extensa base de apoio para, sustentado nela, emergir como uma potência internacional.
(SADER, Emir. Século XX - Uma biografia não autorizada. São Paulo, Fundação Perseu Abramo, 2000, p.34.).

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