domingo, 17 de abril de 2011

A GRANDE CRISE DO CAPITALISMO


            Como vimos, na segunda metade de século XIX, o sistema capitalista ampliou a produção numa proporção muitas vezes maior que a capacidade do mercado de consumo existente nos países industrializados. A busca de novos mercados e fontes de matérias-primas tornou-se indispensável à sustentação dessa nova etapa produtiva. Ingleses, alemãs, franceses, belgas, norte-americanos e japoneses impuseram força industrial, submetendo vários países do mundo a um controle imperial nunca antes visto.
            Os investimentos nessa nova etapa de produção industrial e a extensão do mercado industrial e a extensão do mercado internacional que se pretendia atingir não eram mais possíveis de serem realizados por um único empresário. Para viabilizar os novos investimentos foram criadas as Sociedades por Ações (S/A). Consolidaram-se os mercados de capitais onde todos podem investir numa empresa através da compra de ações.
            Com a venda de ações, as empresas conseguiram ampliar a sua capacidade financeira e, conseqüentemente, tornaram-se mais fortes, competitivas e elevaram a sua capacidade de produção.
            No início do século XX, a Bolsa de Valores de Nova York era o principal centro de investimento internacional. O volume de negócios ali realizados diariamente dava a impressão de que nada mais poderia deter o ritmo desenfreado do desenvolvimento capitalista. Mas o capital investido na produção não foi acompanhado pelo mercado de consumo.
            Esse descompasso entre uma superprodução desordenada e a ausência de consumidores com capacidade para absorvê-la ocasionou a grande Crise de 1929. As fábricas, não tendo praticamente como vender suas mercadorias, reduziram drasticamente suas atividades; a produção agrícola, também excessiva, não encontrava compradores e também excessiva, não encontrava compradores e o comércio tornou-se inviável. Nesse contexto, houve um processo de falência generalizada, muitos trabalhadores perderam seus empregos, retraindo totalmente o mercado de consumo. Aqueles que viviam exclusivamente dos investimentos do mercado de capitais, particularmente da compra e venda de ações, vira o valor de seus títulos despencarem, transformando-se em papéis sem valor.
            A crise iniciada em Nova York, nos Estados unidos, afetou rapidamente o mundo todo. Os países produtores de matérias primas e alimentos, que dependiam economicamente das exportações para os países industrializados, não entraram em colapso. O Brasil, nesse período, que dependia basicamente da exportação de café, foi profundamente abalado pelos efeitos mundiais da crise.

O NEW DEAL
            O período subseqüente à crise de 1929, conhecido como a Depressão dos Anos 30, obrigou os países a reorganizarem suas políticas econômicas. Como a superprodução havia sido a principal razão da crise, os países industrializados tomaram duas medidas básicas para resolver o problema. Uma delas foi a participação mais efetiva do Estado no planejamento das atividades econômicas, tendo em vista, entre outros objetivos, a adequação entre a quantidade de mercadorias produzidas e o tamanho do mercado. A outra medida apoiou-se na necessidade uma melhor distribuição da renda, com o objetivo de ampliar o mercado de consumo. Acreditava-se que era necessário melhorar as condições financeiras dos trabalhadores, a fim de que eles pudessem adquirir mais produtos e mais variados.
            Partindo dessas duas iniciativas básicas, os Estados Unidos conseguiram contornar os efeitos da crise com maior eficiência e num prazo mais curto de tempo. Com a criação de um amplo programa de obras públicas, o governo do presidente Franklin Roosevelt (de 1933 a 1945) conseguiu aos poucos amenizar o desemprego e manter a economia relativamente aquecida.
            O New Deal (Novo Acordo), como ficou conhecido o programa de recuperação econômica implantado por Roosevelt, era inspirado nas teorias do economista John Maynard Keynes (1883-1946). Para Keynes, o Estado não deveria se limitar apenas a regular as questões de ordem socioeconômica e política, mas também devia ser um planejador, que dava as diretrizes, fixava as metas, estimulava este ou aquele setor da economia, de acordo com a conjuntura de cada momento. Keynes não acreditava na auto-regulação do mercado, pois a Crise de 1929 tinha mostrado o contrário.
            As idéias de Keynes, colocadas em prática nos Estados Unidos, foram seguidas por alguns países europeus que, no final da década de 1930, já haviam retomado o desenvolvimento. Mas, em 1939, eclodiu a Segunda Guerra Mundial, que arrasou novamente com a economia desse continente.


Bibliografia:
Geografia Geral e do Brasil - Ensino Médio. Elian Alabi Lucci, Anselmo Lazaro Branco e Cláudio Mendonça. Editora Saraiva.

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